sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Difícil Arte de Amar os Inimigos

Crônica de Margarete Solange


Amar os amigos é fácil, mas Jesus nos mandou amar também os nossos inimigos. Como cristãos, não somos de briga. Então, geralmente não fazemos inimigos, mas o fato é que sempre aparece alguém para se opor ou nos provocar e, assim sendo, essas pessoas acabam por ocupar o lugar de “nossos inimigos”. Nesse momento, nós as detestamos, a menos que nos esforcemos para amá-las como Cristo nos recomenda. Estou aprendendo, quer dizer, tentando, mas confesso que não tenho tido as melhores notas como aluna. Recentemente, estava indo trabalhar e estava um tanto apressada. Dirigia para entrar numa preferencial quando percebi que um carro se aproximava. O veículo não estava tão perto, mas também não estava longe. Prudentemente deveria tê-lo esperado passar, mas imaginei que, se entrasse e não deixasse o carro amarrar, manteria uma boa distância e, com isso, o motorista não teria motivos para se aborrecer. Fiz isso: entrei e procurei correr o máximo para o outro carro não precisar reduzir sua velocidade. Só que o motorista não foi nem um pouco camarada. Tão logo entrei, ele buzinou, segurou a buzina e aumentou a velocidade de modo que eu o vi avançar como se fosse atropelar o que estivesse pela frente, parecia um veículo desgovernado quando está sem freio. Tratava-se de um carro grande. Eles passam à nossa frente, quando estamos na preferencial, mas não admitem que façamos o mesmo. Eu só precisava que ele mantivesse a sua velocidade, visto que eu já entrei avançando na minha. O cara fez um terror por um significativo percurso; quanto mais eu aumentava a velocidade mais ele aumentava também. Foram momentos de grande tensão. A estrada não tinha acostamento, era mal iluminada e era bem comum haver motos, ou pessoas andando no cantinho da direita. Do lado oposto, tinha um constante fluxo de carro vindo, de modo que eu nada podia fazer para me livrar do meu perseguidor. Tudo aconteceu muito rápido, eu só conseguia pensar na pessoa que eu jogaria para o alto, por causa do excesso de velocidade num trecho como aquele. Por fim, ele resolveu parar com o terrorismo e, reduziu a velocidade. No momento de entrarmos em outra principal, paramos para esperar nossa vez, então pude ver que se tratava de um ônibus e não de um caminhão como eu imaginara. Essa constatação me deixou ainda mais chocada e magoada com essa atitude. Quando fui contar o episódio ao meu marido, disse-lhe que esse motorista merecia ser chicoteado. Esse ocorrido me estressou bastante, eu poderia ter atropelado alguém simplesmente porque esse motorista resolveu se vingar de mim por ter lhe tomado a vez no trânsito. E com sinceridade ele só precisava ter mantido sua velocidade; se assim fosse, eu não o teria atrapalhado de modo algum.
Três dias depois, um pastor de minha igreja, durante seu sermão, falou sobre uma mulher que teve o seu filho morto por um marginal. Essa mulher sequer deu parte à polícia. E, quando os policiais foram falar com ela, ela disse que não queria o assassino na cadeia. Iria orar para que ele se tornasse um crente! Chorei comovida com a capacidade de amar e perdoar dessa senhora. Eu desejei que o motorista fosse chicoteado pelo terror que fez comigo, mas essa mãe não desejou sequer cortar a orelha do homem que matou seu filho, como fez Pedro no Getsêmani para defender a Jesus. Que exemplo! Creio que isso se chama amor. Bom, minha média nessa questão está longe de ser a mesma dessa senhora, mas com base no seu exemplo, passei a orar por aquele motorista. Que Deus o ajude a ter um coração compassivo, a dirigir com prudência e ser mais tolerante e camarada no trânsito. Da próxima vez, vou preferir esperar um pouco mais, para não passar por outra situação de estresse como essa a fim de não colocar pessoas inocentes em perigo. Que Deus nos ajude a amar aos inimigos e aos amigos também.





Fonte 
Margarete Solange, 
O crente não escolhe, 
é um escolhido.
Editora Queima Bucha, 
2011


Link das imagens:

5 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKKK Ficou bonito. Gostei. É muito difícil amar quem nos aborrece. Amar quem nos ama é fácil. Essa mulher é um exemplo para muitos de nós. Perdoar quem matou seu filho. Realmente é o verdadeiro amor ao próximo. Isso é um dom. Minha nota nesse ponto é quase um zero também.

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  2. Pra mim o amor não é um sentimento é ação. O amor é aquilo que o amor faz.
    Resumindo: Eu não preciso gostar daquilo que as pessoas fazem, mas mesmo assim posso amá-las.

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  3. Que tarefa dificil essa. É tão dificil amar os inimigos. Mas, esse é um exemplo lindo.

    OBS: Adorei as ilustrações, principalmente o gatinho fofinho!

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  4. Gostei muito da mensagem, faz a gente refletir bastante sobre a importância de amar inimigos e amigos também.

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  5. Gostei muito da crônica,confesso que tinha sido vc a atropelar Irmã Aparecida Borges e seu marido,só que seguindo a leitura vi que ñ era e fiquei feliz,mais na frente vi que vc queria chicotear o homem,aí pensei:Elatem essa coragem?Aí vi o depoimento da mulher,fiquei emocionada.Me lembrei de G... aquela que trabalhava conosco,quantas vezes tive vontade de enforcá-la,hoje oro por ela,continua do mesmo modelo,só Deus na vida dela p/ mudar seu desencanto pela vida e parar de perseguir as pessoas.Aproveito o momento e peço oração p/ ela,creio que vc sabe quem é,ela é inesquecível!Cuidado!vc também foi um pouco imprudente,ñ tinha nada que ser apressada viu?Alguns anos atrás onde eu passava derrubava algo ou alguém,ñ cheguei nem em Upanema,hoje sou igual a Aninha,tenho elegância até para andar!kkk.beijão p/ todos!

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